By Maína Lins
Ser feliz sozinho não exclui a sensação de vazio provocada
por uma tarde de domingo sozinha no apartamento. O sentimento de que nada mudou
para alegrar o começo de uma semana de trabalho.
Acredito e vivo a idea de se bastar e curtir a própria
companhia, mas creio que isso só serve para quando se trata de uma escolha,
aquele dia em que decide curtir o espaço e o tempo apenas a seu favor.
Moro só, amo morar só. A tentativa de dividir meu espaço com
uma amiga foi para o espaço na primeira treta sobre macho. As risadas e
brigadeiros noite a dentro entre amigas valeram o tempo que durou, um mês e
dois quilos a mais em meu corpo. Enfim, percebi que tudo ali tinha a minha
identidade e precisava lutar para dar conta sem ajuda.
Mas ainda assim acordo em minha cama de casal expremida em
um cantinho e um grande vazio ao meu lado, as vezes alguns objetos espalhados
fruto de bagunça mesmo. Serviria a cama de casal para que eu divida meu espaço
de dormir com minhas tralhas? Como qualquer ser humano cheio de hormonios
acumulados ainda da puberdade, as vezes procuro o cheirinho do boy da noite
anterior e me contenho para não mandar mensagem. Outras vezes, troco os lençois
e apenas me jogo em todo aquele espaço para me sentir plenamente feliz naquela “puta”cama,
sozinha. O sentimento não é linear, ele varia.
Escrevi tudo isso para justificar que em alguns momentos
precisamos assumir nossa solidão e a necessidade de alguém do lado. Um amigo,
um primo, um crush. Gente que fará o brigadeiro ter mais sabor, o filme ter
mais humor ou simplismente aumentar a temperatura daquela “puta” cama.
Espero que a sua puta cama seja aquecida sempre por alguém interessante e que respeite a sua vontade.
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